Manga de mim

Odete foi presa no Rio Grande do Sul, ficou uns dias mofando na cadeia, teve o maior bafafá, voltou pro Recife e eu ainda estou na mesma situação financeira. Não, ela não tem nada a ver com a minha história, até porque nunca fui estagiária dela, mas o meu caso está durando mais do que a novela 'Odete', ocorrida nas últimas semanas.

Assim como minha família, ontem a minha esperança de sacar o dinheiro, que eu aguardava a três meses, foi para o Brejo. E o motivo foi quase o mesmo que apreendeu os doleiros no Rio de Janeiro: problemas com a Receita, mas a diferença é que dinheiro que é good, eu não have.

Por dois anos esqueci de recadastrar meu CPF, exatamente os dois anos de faculdade. Mas o que fiz de lá pra cá que me deixou sem memória? Porém, tudo isso seria aceitável se, desde a terça-feira da semana passada, eu não tivesse regularizado tudo e, inclusive, pago a multa que a gerente do banco - uma senhora que usa botox nas maçãs do rosto para preencher o seu vazio existencial e formol no cabelo para que fiquem lisos, assim como seus clientes - me mandou. A vida deve estar mangando de mim, só pode

Agora estou aqui, sem dinheiro, de volta à casa dos pais e pensando coisas importantes, como “será que eu conseguiria tirar a peruca de Samir Abou Hana, o secretário da cidade, durante o programa?”, ao invés de estar tentando escrever o referencial teórico do meu projeto de pesquisa.

Chifó: Samir tem três perucas para simular o crescimento dos cabelos

Enfim, ficarei aqui com meus pensamentos e, no próximo post, conto do plano para provar a vocês que a cabeleira do secretário da cidade é uma farsa, já na minha casa, espero.